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#CNILux Dia 1: Sabine Getty fala sobre joias que contam uma história

19 Apr 2018
By Alice Newbold

Suzy Menkes questiona a designer de ascendência egípcia e libanesa sobre o modo como o seu background cosmopolita lhe tem dado uma perspetiva nova sobre a ideia de luxo.

Suzy Menkes questiona a designer de ascendência egípcia e libanesa sobre o modo como o seu background cosmopolita lhe ofereceu uma perspetiva nova sobre a ideia de luxo.

Sabine Getty conversa com Suzy Menkes no palco da CNI Luxury Conference 2018, em Lisboa ©Indigital

Desde que começou a sua marca epónima em setembro de 2012 (com o seu nome de solteira Sabine Ghanem), as suas joias têm sido usadas por nomes de peso como Céline Dion (que não perdeu tempo em usar uma peça da sua primeira coleção), Rihanna, Catherine Deneuve, Nicole Kidman, e um batalhão de seguidoras de street-style leais. O que torna Sabine Getty (casada com Joseph Getty desde 2015) tão diferente de outros designers de joias é o sentimento playful que demarca as suas habilidades técnicas. As suas inspirações são diversas - os brinquedos da sua filha Gene inspiraram a última coleção, Big - e a relação com os consumidores, especial. 

No palco da Condé Nast International Luxury Conference, Suzy Menkes questionou Getty sobre as suas origens cosmopolitas e como as mesmas influenciaram a sua perspetiva fresca na ideia de luxo. 

"A minha cabeça está sempre nas nuvens", explicou Getty, fazendo referência àquilo que a fascina na joalharia. "Estou alienada da realidade e, por isso, criar joias é um processo bom para mim, porque é algo tangível, com peso. Através das joias consigo contar a minha história.". Getty acompanha as suas joias não com campanhas mas antes com imagens de mulheres reais que admira a usarem as suas peças. "A origem é sempre o cinema e o contar das histórias", disse a designer

Nascida na Suiça, filha de mãe egípcia e pai libanês, com um período de cinco anos em Beirut e, agora, uma vida em Londres com um marido de língua inglesa, as viagens são metade da sua inspiração. A outra? Televisão e filmes. "Sou da geração da televisão, por isso tenho uma vida real e uma vida virtual que tento transmitir através do meu trabalho.". 

Getty pode ser uma sonhadora, mas tem uma relação muito próxima com os seus consumidores. "Para as pequenas empresas, o Instagram foi um verdadeiro ponto de viragem. De repente, os consumidores tinham acesso direto aos criadores. Enviam-me mensagens a expressar as suas opiniões e aquilo que pensam e acham.". São exigentes? "A palavra 'semana' é um pesadelo para eles, como um turn-off", disse com um riso. "Mas são joias e precisam de três semanas para serem criadas. Se eles gostarem mesmo, é certo que irão esperar.". 

O modelo Instagram resulta bem para Sabine porque evita a envolvência de segundos, e os custos associados. "Andei por lojas e acabei numa reunião com pessoas que me diziam que as minhas criações tinham que ser mais desta forma, e menos daquela forma. As peças não venderam porque o meu coração simplesmente não estava ali.". Para ela, o marketing é simplificado porque os consumidores "querem algo genuíno. Não querem algo manufaturado ou em pacote. Os consumidores já sabem mais do que o marketing.". 

A abertura de uma pequena loja não está no horizonte de Sabine, que acredita que a joalharia é um mercado de nicho. "Exigiria muito de mim, colocar as coisas desse modo e esperar pelos resultados; não tenho a certeza se estou preparada para constrangimentos financeiros.". A perceção das pessoas tem que mudar primeiro, diz. Getty tem esperança que uma mudança de paradigma fará com que as pessoas comprem joias como um acessório para usar todos os dias e não como algo para marcar um dia especial. "Existe um bloqueio psicológico para não comprar uma joia, mas não para adquirir uma carteira do mesmo valor.". 

Por agora, Getty quer concentrar-se no espírito artesão libanês que está por detrás das suas peças - deslocou a sua produção de Itália, onde não sentia uma ligação, para as raízes do local onde a sua família vive, no Líbano - e continuar a criar. "Existem tantos caminhos por onde quero ir", diz. "Mas, no final do dia, o ADN da marca sou eu. Por isso, enquanto for fiel a mim mesma, consigo expandir.". 

A quarta edição da conferência anual Condé Nast International Luxury Conference em Lisboa acontece nos dias 18 e 19 de abril. Para mais informações, visite www.cniluxury.com/2018. 

 

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