Depois de ter surpreendido tudo e todos ao anunciar a sua partida da Casa francesa, já depois da coleção de outono/inverno de 2018, é agora tempo de rever e perceber o seu percurso enquanto diretora criativa na Céline.
Depois de ter surpreendido tudo e todos ao anunciar a sua partida da Casa francesa, já depois da coleção de outono/inverno de 2018, é agora tempo de rever e perceber o seu percurso enquanto diretora criativa na Céline.
Se tivéssemos que definir as roupas de Céline com um adjetivo, seria confortável. É assim que as criações de Philo fazem sentir uma mulher. Não são românticas, como as de Valentino, nem edgy, como as de Saint Laurent. Apenas confortável - mas não um confortável pejorativo; é aquele confortável que se almeja e que os ingleses chamam de effortless chic para o quotidiano da mulher do século XXI – ocupada, livre e participativa. Na Céline de Phoebe Philo não há preocupação em combinar padrões, botões ou cores, a designer já o fez por si e pensou na mulher que não tem tempo, ou paciência, para experimentar várias combinações quando acorda.
É uma mulher de poucas palavras e prefere deixar os discursos para as suas criações. Raras são as vezes que decide dar entrevistas e, numa delas, disse ao diário britânico The Guardian, em 2009, que “só quero fazer um par de calças que faça o meu rabo parecer bonito.”. A premissa estava lançada. Não fez um par de calças, fez coleções que deixou os editores de Moda e as it girls apaixonadas.
Calças em tamanho oversized, uma camisa sem colarinho, sapatos rasos, um blazer em tamanhos desmedidos e com um corte perfeito, em tons de preto, creme ou azul-marinho, este é o uniforme que a britânica idealizou ao longo de quase uma década ao serviço da Casa francesa.
Em questões numéricas, Phoebe conseguiu aumentar as vendas. Anualmente, antes da direção artística de Philo, a maison arrecadava cerca de 200 milhões de euros; agora, as vendas anuais da Céline ultrapassam os 700 milhões de euros, segundo o Business of Fashion. Foi galardoada, pela segunda vez, com o British Designer of the Year, nos Fashion Awards, em 2010 e no ano seguinte recebeu o International Award na gala CFDA Fashion Awards.
A pergunta que impera: o que fez Phoebe Philo largar uma carreira de sucesso? Até agora, pouco se sabe. Mas esta jogada não é nova: em 2006, deixou a Chloé para se concentrar na família. Três anos depois voltou. Será Philo uma designer de ciclos e este é apenas uma renovação pessoal? Será que daqui a três anos vamos assistir ao seu regresso? Vai apostar e abrir a sua própria marca? Só Phoebe pode responder.
O fim de uma era chega-nos já em março, na Semana de Moda de Paris quando se apresentar a última coleção com assinatura Phoebe Philo. Foram bons tempos: o minimalismo tomou de assalto a indústria, os fatos femininos ganharam uma transformação, as cores neutras reinaram e tudo isto graças à designer britânica que é poupada nas palavras e deixa que o seu trabalho conte todas as histórias.
Em jeito de retrospetiva e, claro, de celebração, selecionamos alguns dos melhores coordenados que Philo apresentou ao longo dos anos na francesa Céline.
© Imagens ImaxTree
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