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Arte em época balnear: viajar de dentro para fora

02 Aug 2018
By Namalimba Coelho

“Como a literatura, o amor e a dor, as viagens são uma bela ocasião para nos encontrarmos com nós próprios” – dizia, sabiamente, Marguerite Yourcenar.

“Como a literatura, o amor e a dor, as viagens são uma bela ocasião para nos encontrarmos com nós próprios” – dizia, sabiamente, Marguerite Yourcenar.

Desde pequena, ao longo da minha infância passada em Luanda, condicionada por circunstâncias de quem cresce num país em guerra civil, tendo por regra uma noção de liberdade e de convívio social que eram de exceção, que aprendi a construir as minhas próprias narrativas, a partir do que via e ouvia, e recriando um imaginário só meu em torno da ideia de mundo. Foi através das primeiras viagens em família que fui descobrindo que o planeta não era um labirinto, e que as fronteiras, geográficas e humanas, apesar de invisíveis, tinham limites. A vivência de cada nova realidade permitia-me explorar essa tal arquitetura de emoções e de mundo, que ia ganhando forma, através das memórias que trazia de volta comigo, interiorizando-as, primeiro, e exteriorizando-as depois, transcrevendo-as para diários, como se fossem contos que podia ler e reler, vezes sem conta. Quando pensava nos lugares e nas pessoas com quem me tinha cruzado, nessas tais outras geografias, percebia que, a cada viagem, aproximava-me mais da possibilidade de me tornar nesse mundo, de dentro para fora. E foi assim que fui aprimorando a fórmula que me permitia reinventar-me e enriquecer-me, interiormente, desperta e disponível para observar e absorver, de forma a conseguir trazer de volta do mundo, tudo e todos que dele coubesse em mim.

Entretanto, cresci, e tornei-me mãe de dois filhos, a quem prometi que, todos os anos, viajaríamos juntos, para um destino surpresa, que só desvendo quando já estamos nas nuvens. Uma forma de os fazer sonhar, numa era em que tudo acontece depressa demais, no tempo e no modo, na esperança de lhes tentar transmitir e acrescentar algo que nos une ainda mais, que fique gravado no coração e na memória, deles e minha, como sendo algo inesquecível e insubstituível. É inesgotável o que do mundo cabe em nós, sem limites nem fronteiras, tudo o que existe por explorar, em qualquer lugar, perto ou longe. E, tendo a arte um lugar crucial no meu quotidiano de trabalho, como nestas minhas incursões sabáticas pelo planeta, surgiu o mote para partilhar uma seleção de exposições que sugiro que sejam visitadas nalguns destes lugares de fuga, os mais eleitos em época balnear. 

Proponho-me começar pelo destino surpresa… Este ano escolhi levar os meus filhos à ilha da Sicília. Pela poesia da ideia de regressar aos lugares da infância, enquanto oportunidade para revisitar as memórias que guardo de uma inesquecível viagem em família, quando tinha dez anos, que imediatamente me remete para o imaginário das tradicionais paisagens de natureza vulcânica celebradas no épico filme O Carteiro de Pablo Neruda. Recordo, também, que esta foi uma viagem de desafios, emocionais e pessoais, na qual me estreei num palco, no espetáculo organizado pelo Club Med, a cantar (orgulhosamente, apesar de, escandalosamente desafinada), e a dançar o hit desse verão de 1986 - Dance with somebody, de Whitney Houston. Aliviada, por nesse tempo ainda não existir tecnologia que permitisse ter registado este tesourinho da minha performance (só de pensar fico corada), regresso ao presente… O verão siciliano em 2018. A par de toda a riqueza natural que estou ansiosa por explorar com os meus filhos, ainda sou brindada com a cereja no topo do Etna, com uma programação cultural criada no âmbito da “Manifesta 12”, tendo Palermo como Capital da Cultura em 2018. Neste contexto privilegiado, uma das minhas recomendações vai para uma visita à exposição ReSignifications, que tem como curador o consagrado Professor nigeriano, Awam Amkpa, e que conta com a participação de mais de 60 artistas internacionais, entre os quais, o nosso Vasco Araújo. Uma viagem através de três séculos de história para falar sobre escravidão, resgate, cativeiro, liberdade e dor, e que convida a uma reflexão e reinterpretação da história numa espécie de "contra narração", atribuindo novos significados – ressignificações -, que invocam representações, clássicas e populares, dos corpos africanos na arte, cultura e história europeias. Até 30 de setembro, no espaço ZAC.

St. Benedict of Palermo (1526-1589) Omar Victor Diop ©D.R.
St. Benedict of Palermo (1526-1589) Omar Victor Diop ©D.R.

Entretanto, fui indagar sobre quais seriam os principais destinos de eleição dos portugueses em época balnear, confirmando-se os clássicos - Algarve, Nova Iorque, Londres e Paris -, que permanecem no topo da lista. Considerando este critério, propus-me descobrir que exposições imperdíveis estariam patentes nestes lugares. 

Em Nova Iorque, começando por uma inevitável passagem pelo Moma, para uma visita à recém inaugurada exposição dedicada ao trabalho de um dos principais nomes da escultura – Brancusi; segue-se uma indispensável visita ao icónico Museu Guggenheim, caracterizado pela sua arquitetura de curvas orgânicas com assinatura de Frank Lloyd Wright, aproveitando a oportunidade, ímpar, de ver a retrospetiva de outro proeminente escultor, Alberto Giacometti (1901-1966). Antes de fundir em bronze as esculturas longilíneas de pele rugosa pelas quais é conhecido, Giacometti dedicava-se a explorar a representação da figura humana em argila e gesso. Também fez isso em estatuetas e bustos minúsculos, alguns com menos de 5 cm de altura, raramente expostos devido à fragilidade das miniaturas, que agora podem ser vistas entre as duzentas obras apresentadas nesta retrospetiva, patente até 12 de setembro.

Giacometti, vista da exposição ©Guggenheim Museum NY
Giacometti, vista da exposição ©Guggenheim Museum NY

Ainda em Nova Iorque, não deixem de visitar a exposição Horizontal, do incontornável artista francês JR, na Galerie Perrotin, num formato inédito, já que estamos habituado a vê-lo fora de portas, através das suas intervenções urbanas de grande escala, visíveis nas ruas e telhados do mundo - em Times Square, Nova Iorque, em Fukushima, num subúrbio no Brasil ou no Quénia, ou na fronteira dos EUA com o México. Esta mostra, em dimensões mais contidas, convida a uma incursão por 30 obras em preto e branco, marca registada do artista. Além de vídeo e fotografia, há também instalações, incluindo um painel feito com comboios, que formam uma imagem. No exterior, na fachada histórica do prédio da galeria, JR pintou uma figura humana, que parece espreitar para o interior do edifício. Este trabalho é uma alusão à instalação de Jik Kikito (2017), que nos remete para a imagem de uma criança, espiando pela parede da fronteira mexicana, similarmente montada em andaimes. A exposição fica patente até 17 de agosto. Aproveito para partilhar o link onde podem descobrir algumas das demais intervenções de JR espalhadas pela cidade de Nova Iorque. No regresso a casa, não deixem de ver o documentário Olhares Lugares, que JR (33 anos) co-produziu com a lendária Agnès Varda (88 anos), e pelo qual foi nomeado para um Óscar em 2018. Mais do que uma viagem real, que retrata as pessoas anónimas que foram encontrando ao longo do percurso que fizeram pela França rural, esta é uma viagem inspiracional, que relata a amizade e cumplicidade que se cria entre a cineasta e o fotógrafo, unidos por cinquenta anos de diferença.   

Fachada exterior da Galerie Perrotin NY; JR na Galerie Perrotin NY ©D.R.
Fachada exterior da Galerie Perrotin NY; JR na Galerie Perrotin NY ©D.R.

Para quem escolher Londres, há museus de visita obrigatória, como a National Gallery. Para além de ser um dos lugares mais democráticos do mundo, onde a história da arte está ao alcance de todos, com entrada gratuita, permitindo o acesso a uma coleção de mais de 2.300 pinturas que datam de meados do século XIII a 1900, é indescritível a sensação de entrar naquele lugar imenso, e ter acesso direto a salas onde nos deparamos com obras tão icónicas como: The Virgin of the Rocks de Leonardo da Vinci; The Entombment, de Michelangelo; Venus and Mars, de Boticelli; The Supper at Emmaus, de Caravaggio, Self Portrait at the age of 34, de Rembrandt; A Young woman standing a virginal, de Vermeer; Sunflowers, de Van Gogh; The toilet of Venus, de Velázquez; Bathers de Paul Cézanne, e Bathers at La Grenouillère de Monet.

©National Portrait Gallery, London; William Shakespeare associated with John Taylor
©National Portrait Gallery, London; William Shakespeare associated with John Taylor

Para quem, como eu, aprecia retratos, é de aproveitar a proximidade da National Portrait Gallery, que abriga a maior coleção de retratos do mundo, em pintura, escultura, fotografia e vídeo. É provável que na entrada vos direcionem para a mediática exposição dedicada ao legado e influência do "rei da pop" na arte contemporânea, Michael Jackson, que lá está patente, tendo em conta que vivemos na era em que arte, cada vez mais, tende a confundir-se com entretenimento, por isso apelo a que dediquem mais atenção a contemplar a exposição permanente da coleção que, da Idade Média aos dias de hoje, nos conta a história da arte através de retratos icónicos e intemporais.

Rumo à Tate Modern, a curadora Achim Borchardt-Hume disse que, “Picasso descreveu a pintura como apenas mais uma forma de manter um diário”, e é com esta perspetiva que nos propomos visitar Picasso: Amor, fama e tragédia, até 9 de setembro. Como o próprio título sugere, esta exposição promete surpreender aqueles que pensam que já conhecem o artista, convidando o público a aproximar-se das suas formas de partilhar a vida pessoal, de pensar e de trabalhar, num momento crucial da sua carreira – o ano de 1932 -, período determinante, de inovação e reflexão para Picasso, que acabava de completar 50 anos. Diz-se que este foi o ano em que Picasso produziu alguns de seus melhores trabalhos, coincidindo com a data da sua primeira retrospetiva realizada em Paris e com a data em que foi publicado o primeiro volume do seu catálogo raisonné. Entre as mais de cem obras expostas, destacam-se a icónica Jeune fille devant un Mirror, raramente vista fora do Museu de Arte Moderna, e a lendária Le rêve (O Sonho), que retrata a amante do artista e musa, Marie-Thérèse Walter, nunca antes exposta no Reino Unido. Mas, como as perspetivas e facetas de Picasso são inesgotáveis, há muitas outras dimensões do artista por explorar, como acontece na exposição patente em Puglia (Itália) - Picasso – The Other Half of the Sky. O ideal seria ver qualquer uma destas exposições depois de uma visita ao Museu Picasso de Barcelona, que tem a coleção mais completa das obras da juventude do artista, sendo o melhor ponto de referência para o conhecimento da sua obra desde os anos de formação. Visitei-o com os meus filhos em 2016, e é impossível não ficar rendido à sua particular versão de As Meninas.

Pablo Picasso the dream 1932, coleção particular de Steve Cohen ©dacs 2017 | Frida Kahlo in blue satin blouse 1939, fotografia de Nickolas Muray ©Nickolas Muray Photo Archives; Victoria and Albert Museum
Pablo Picasso the dream 1932, coleção particular de Steve Cohen ©dacs 2017 | Frida Kahlo in blue satin blouse 1939, fotografia de Nickolas Muray ©Nickolas Muray Photo Archives; Victoria and Albert Museum

Ainda em Londres, a não perder, a tão esperada exposição dedicada à icónica Frida Kahlo: Making Her Self Up, que revela a coleção de objetos pessoais que pertenciam à artista mexicana e que, pela primeira vez, viajam da famosa casa azul, de onde nunca tinham saído ao longo de meio século, para poderem ser celebrados no Victoria & Albert Museum. Entre os objetos expostos destacam-se vestidos, joias, cartas, pinturas, fotografias, a sua prótese e os emblemáticos "huipil" - traje típico mexicano, adornado com bordados e cores vivas -, que Frida Khalo vestia, enquanto manifesto, expressando as suas deliberadas alusões à arte popular mexicana e à cultura indígena.  

Em Paris, o Palais de Tokyo dedica sua nova temporada à infância, na qual diversos artistas nos transportam para um espaço de memórias, cumplicidades e outros jogos infantis, que nos permitem refletir sobre esse passado que influencia "a construção de nossas identidades e das suas representações". Até 9 de setembro.

©Palais de Tokyo Expo Enfance 2018
©Palais de Tokyo Expo Enfance 2018

Ainda na cidade luz, o Musée des Arts décoratifs presta homenagem a uma figura incontornável do mundo da Moda Margiela : les années Hermès, patente até 2 de setembro. Não fosse este designer belga um dos génios criativos de todos os tempos, o co-fundador da Maison Martin Margiela em 1988, revelou-se uma referência desde o primeiro momento em que foi nomeado diretor artístico da Hermès, em outubro de 1997, onde permaneceu até 2003. Foram anos de ousadia e de criações emblemáticas do então designer anónimo da marca, autor de doze coleções, visionárias no seu tempo, que permanecem uma referência ao nível de tecnicidade, estética e experimentação de materiais, incluindo peças feitas de materiais reciclados, inéditas na altura. Conceptual e subversivo, Martin Margiela desafiou a própria natureza do sistema no final da década de 1980, e os seus projetos deixaram a sua marca até hoje no mundo da Moda contemporânea, tendo introduzido uma pureza de corte e cor à Hermès. 

©Etienne Tordoir, Maison Martin+Margiela, Printemps 2009
©Etienne Tordoir, Maison Martin+Margiela, Printemps 2009

De regresso a Portugal, e rumo ao sul, a Exposição 289 desafia o público habitual do verão algarvio a visitar uma mostra “inabitual”, com curadoria de um dos mais importantes artistas contemporâneos, Pedro Cabrita Reis, que vai estar patente até 15 de Setembro, no Solar das Pontes de Marchil, em Faro, sede da associação cultural 289. Uma manifestação artística coletiva que une 78 artistas portugueses de várias gerações, e que nos «chegam de tempos diversos, de lugares dispersos e vontades próprias igualmente díspares». 

Para quem optar pelo misticismo do Norte de África, atrevo-me a partilhar a minha viagem de há dois anos, a Marraquexe, onde, desde então, inauguraram dois museus imperdíveis. Esta é uma cidade onde se vive uma atmosfera inebriante nos souks, na intensa praça Djemaa el-Fna que é uma verdadeira caixa de Pandora no coração da Medina, derradeiramente envolvidos pelos cânticos que nos chegam da Mesquita Koutoubia, a par de todos os demais estímulos que nos despertam os sentidos, de forma tão espontânea e inesperada. Num desses meus passeios sem rumo, cruzei-me com um comerciante de tapetes que, após tentar vender-me mil e uma marroquinarias, mencionou a região onde se produzia o óleo de argão, a caminho de Essaouira. E foi assim que, na madrugada seguinte, embarquei na carripana do sobrinho, que me levou até lá, onde me deparei com cabras em equilíbro em cima de árvores, mulheres com vestes tradicionais a servirem chá de menta em qualquer sombra possível que se avistasse durante o caminho e camelos a deambular pela praia. Memórias que trago no coração, em coreografia com os batimentos cardíacos que senti quando, cheia de bravura, me atrevia a colocar uma píton à volta dos ombros, depois de, heroicamente, ter lidado com os dois camaleões que, num dos recantos do souk, alguém pousou no meu ombro. 

Foi depois de muita adrenalina que decidi refugiar-me no oásis botânico do Jardim Majorelle. Deambulando entre catos, palmeiras e plantas, provenientes dos lugares mais exóticos do planeta, fui dar à casa de cor azul Majorelle, circundada por vasos enormes, pintados de amarelo limão, onde viveu Yves Saint Laurent com Pierre Bergé. Num dos recantos encontrei uma livraria, onde descobri um diário escrito pelo Pierre Bergé, Yves Saint Laurent – Une Passion Marocaine, onde desvenda a história de amor que os uniu, a partir de textos manuscritos, desenhos e fotografias que ilustravam cada episódio relatado.

YSLM ©Nicolas Matheus 2017 | Jardim Majorelle ©iStock
YSLM ©Nicolas Matheus 2017 | Jardim Majorelle ©iStock

A visita só fica completa com uma ida ao Museu Yves Saint Laurent. “Marraquexe ensinou-me a cor. Antes de Marraquexe tudo era negro”, afirmava Saint Laurent, pois era na casa de férias, agora transformada em museu, que dizia conseguir inspirar-se para criar as suas coleções. Ali encontramos a icónica coleção Mondrian de 1965, composta por vestidos de cocktail impressos com as pinturas abstratas do artista francês, entre vestidos inspirados em Pablo Picasso e um casaco bordado à mão que remete para uma pintura de Vincent Van Gogh, incluindo peças do seu último desfile em 2008. Antes de partirem, não deixem de visitar o recém inaugurado MACAAL - Museu de Arte contemporânea Africano e o Jardin Rouge – Montresso Art Space, localizado nos arredores de Marraquexe, no meio de um imenso olival. É fácil adivinhar que o nome dado a este lugar tem origem na cor da terra vermelha no solo deste jardim, um espaço que alberga uma coleção de arte contemporânea, destinado a residências artísticas e à apresentação de exposições, que foi criado por um colecionador francês, de ascendência russa, que diz ter descoberto o amor pelo graffiti nas paredes da cidade, enquanto era um sem-abrigo na década de 1960.

@Montresso Art Foundation Marraquexe 2011-2013
@Montresso Art Foundation Marraquexe 2011-2013

E, por fim, termino como comecei… numa ilha, mas deserta, situada ao longo da costa da Sardenha, que tem como únicos habitantes as obras de cinco artistas convidados a integrar a exposição do projeto intitulado Montecristo, nome inspirado no romance homónimo de Alexandre Dumas. Entres os trabalhos apresentados está o do artista espanhol Karlos Gil, com a série French Curve, que recordo ter visto na Galeria Francisco Fino, em 2017, numa sala onde estavam expostos cinco ornamentos de carros clássicos, símbolos reconhecíveis das marcas de automóveis que representam, tendo perdido a sua função original e passado a ser contemplados como vestígios de um passado glorioso. São estes mesmos ornamentos que, agora expostos na ilha, cumprem a intenção do artista, de criar novas narrativas e possibilitar novas leituras destas peças, em consequência do modo como os objetos e o seu significado se transformam quando postos em novos contextos, utilizando a abstração, a fragmentação e a memória. 

Montecristo Karlos Gil French Curve 2017 ©Garcia Galeria
Montecristo Karlos Gil French Curve 2017 ©Garcia Galeria

Se nenhum destes destinos for do vosso agrado, nunca se esqueçam de explorar as viagens imaginárias. Eu insisto em duas: tento recriar como será conhecer a aldeia da Namalimba, que descobri existir no Uganda, apesar da origem do meu nome ser uma lenda do Huambo, em Angola. E a minha outra viagem imaginária, desde a adolescência, é a que me leva a recuar no tempo, até 1889, para embarcar na mítica rota do Expresso do Oriente, no tempo que ligava Paris a Constantinopla, e cruzar-me com algum assíduo ilustre passageiro da altura. Mata Hari seria a "desconhecida" que escolheria para companheira, ao longo das então 75 horas de viagem. 

De dentro para fora, todas as viagens começam por ser interiores, as tais, de reflexão, que se revelam “uma bela ocasião para nos encontrarmos com nós próprios.” Só assim, todas as outras que fazemos pelo mundo, nos podem acrescentar.

Namalimba Coelho By Namalimba Coelho

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