Estilo   Pessoas  

Privado: Joana Barrios

11 Jan 2017
By Irina Chitas

Atriz, dona do Trashédia, mãe e tudo o mais. É a mulher que nos lembra que o melhor que podemos vestir é a personalidade.

Atriz, dona do Trashédia, mãe e tudo o mais. É a mulher que nos lembra que o melhor que podemos vestir é a personalidade.

As referências de estilo. A minha mãe, claro, é a pessoa mais estilosa da vida. A minha tia também. Mas talvez a maior referência de estilo seja o Maurizio Cattelan.

A filosofia de estilo. Acima de tudo, deves usar aquilo de que gostas; deves comprar tudo de forma consciente, porque hoje em dia sabes qual é o impacto de não o fazeres. Comprar vintage e segunda mão, evitar ao máximo as marcas massificadas e apoiar o comércio local. Big brands will kill you.

O mantra. Ser feliz todos os dias. Que seca não ser.

O produto de Beleza que salva vidas. Um bom creme hidratante e muita água. E os protetores solares minerais contra raios UV-A e UV-B, que são os únicos sem chumbo.

A rotina. Adoro acordar cedo, às vezes às 4h30 ou 5h da manhã para despachar o trabalho todo. É por isso que tomo 80 pequenos-almoços, até à 1h da tarde já esvaziei o frigorífico. À tarde quero sempre sair cedo para ir buscar a Mercedes à escola. Eu fui educada numa vila, e parte da minha consciência social e da relação com o meio vem disso. A minha mãe sempre me foi buscar à escola e tudo aquilo que tinha para fazer, fazia comigo e com o meu irmão. E andava sempre de salto alto. Trabalhava num banco, de saltões e tailleur, mesmo à anos 80, com uma camisa com um lação. E fazia tudo a pé, ninguém andava de carro. Quero ter isso com a minha filha, a minha relação com a Mercedes é muito sobre autonomia e independência.

Recuperar de uma noite de Lux. O ideal é o bebé estar na avó. Mas acho que ainda recupero bem. Existe o João Botelho, OK? E eu vou ser como o João Botelho, vou estar a dançar aos 70 anos.

A década preferida. É sempre o futuro, é o mais divertido. Há coisas que tu nunca vais recuperar, que são idílicas dos anos 20, 30, 40 e que não se recuperam, estão ali conservadas. Os anos 80 também já não existem, existem versões recicladas dos 80. E dos 70. Podes gostar muito, mas não podes exercê-lo na totalidade no dia a dia. É muito bizarra esta coisa das referências, das tendências, das correntes. Prefiro criar uma coisa que nunca vi.

A relíquia. Tenho um lenço muito maravilhoso de uma tia-avó, chamada Josefa (a família da minha avó é toda espanhola), pintado à mão, como se fosse a réplica de um cartaz de uma tourada em 1920. Nunca o usei, só de lhe tocar quase se desfaz. Já pensei em mandar emoldurá-lo para o conservar – não é para usar, é para deleite.

Os sapatos. Uso Vans desde sempre, mas mesmo assim não tenho muitos. Para quê? Só tenho um par de pés. Uso estes até morrer e depois compro outros.

A personagem. Tenho um fetiche absurdo com um filme chamado Birdcage, com o Robin Williams. Sou obcecada com a personagem do Nathan Lane. É genial. É incrível. É um drag queen maravilhoso – tenho um fascínio por drag queens, no geral, porque são sempre personagens fantásticas. E sou fascinada por desenhos animados. Adoro a Ovelha Choné, e os Ren e Stimpy – mas o meu preferido é mesmo o Titio Avô.

Os restaurantes. Só gosto de comer fora quando a comida é mesmo boa. Há um restaurante perto da minha casa antiga chamado Gandhi Palace – ia lá tantas vezes que o Carlos lhe chama o meu namorado –, agora está um bocado chunga, mas antes era bom. Gosto de ir ao Ponto Final, na Margem Sul do Tejo, aos carapaus fritos com arroz de tomate. À Cabrinha, em Almada, que é uma cervejaria. A Bica do Sapato, naturalmente. Afinal vou a muitos sítios… Sabes, eu e o Carlos conhecemo-nos a ir jantar fora todos os dias. Foi aí que ficámos grandes amigos e decidimos "vamos namorar e vamos ter bebés". Também há um restaurante moçambicano, o IBO, que é incrível.

A definição de sexy. Um cérebro.

Os álbuns a que regressas sempre. A discografia completa dos Misfits. E a da La Lupe.

A divisão preferida da casa. Vou dizer uma coisa superanticapitalista e antifeminista: a cozinha.

Marcas portuguesas que não podem desaparecer. A Luvaria Ulisses, naturalmente. A La Paz. É uma pergunta difícil, porque as marcas portuguesas pecam sempre por ter uma ou duas coisas a mais. Mas acho que não devia desaparecer o trabalho de alguns designers – nunca devia deixar de trabalhar a Mariana Sá Nogueira.

A seguir no Instagram. Uma artista plástica portuguesa, Ana Pérez-Quiroga, que é provavelmente a pessoa mais inacreditável do Instagram. Tem 16.784 posts. É o melhor Instagram do mundo. Mas eu sigo muita gente – no mesmo feed consigo ter a Sara Barradas Oficial, Nina Ricci e Gorilla Angreb

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