Opinião   Suzy Menkes  

#CNILux: As facetas da feminilidade

10 Apr 2018
By Suzy Menkes

Sabine Getty traz a sua visão pessoal às pedras preciosas.

Sabine Getty traz a sua visão pessoal às pedras preciosas.

 ©Instagram/@suzymenkesvogue

Pode soar sexista sugerir que apenas as designers femininas trazem a sua perspetiva pessoal ao trabalho que desenvolvem. É comum dizer-se que os designers masculinos se inspiram nas suas mães, enquanto as figuras femininas criativas trabalham para elas mesmas.

No caso da joalharia, a visão é diferente. Mas é geralmente verdade que quando os homens escolhem joias para as mulheres a tendência é optar por peças vistosas, contrariando o instinto feminino de manter a privacidade.

Conversei com duas criadoras de joias, Sabine Getty e Vania Leles, que irão marcar presença na Condé Nast International Luxury Conference em Lisboa, a acontecer nos dias 18 e 19 de abril. A sua atitude e temperamento criativo são distintos. Mas ambas partilham uma visão que torna esta história tão interessante. Aqui fica a minha entrevista a Sabine.

Sabine Getty: Coisa de criança

“Estava a brincar com a minha filha, Gene, e um dos brinquedos dela é um conjunto de peças em madeira, com formas geométricas. Peguei nelas e aproximei-as das orelhas dela como se fossem brincos, e foi isso que me inspirou a começar esta coleção”, conta a designer. “Senti que era esta a história que eu queria contar: é divertida, é fresca, é jovem e inocente, e faz-me lembrar um dos meus filmes favoritos, Big.”.  

A designer confessou que se identificava com o filme de Tom Hanks, e fez com que apreciasse a ideia de que as pessoas só estão a desempenhar um papel de “crescidas”.

Mas olhando para as peças com formas geométricas na sua coleção, nada nos dava indicação dos momentos de brincadeira, mesmo quando um triângulo ou um quadrado, com detalhes esburacados, ressoava com a sugestão de pequenos dedos a tentarem completas as peças.

Perguntei a Sabine como deu o salto dos brinquedos de criança para a elegância adulta. “São joias graças à matéria – quando trabalhas com metais e pedras, a tua direção muda”, explicou. “Desenhei-as em blocos de vermelho, azul e verde, como as cores dos lápis Crayola. Depois descobres a realidade dos materiais, e é muito mais subtil”.

Manufaturadas no Líbano, as peças são criadas com linhas gráficas, em formas como triângulos, quadrados e círculos. Mas os tons de rosa suave, prata e verde oferecem um discreto alívio, evitando que pareçam peças unidimensionais ou achatadas. 

Onde encontra as joias de Sabine Getty? Apenas em privado. Apesar de ter anunciado uma linha de joias “menos luxuosas” para lojas, as peças desta coleção Big são feitas para serem encomendadas entre duas a três semanas. No seu princípio, esta lacuna cria uma ligação mais forte, as joias são pedidos privados, individuais e originais – o que representa a essência do luxo nos dias de hoje.

Sabine Getty estará presente em conversa com Suzy Menkes na edição anual da Condé Nast International Luxury Conference em Lisboa, de 18 a 19 de abril. Para garantir o seu lugar, visite o site oficial da Conferência, em www.cniluxury.com/2018

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